DES-ENCANTOS .................... blogo de notas: novembro 2014
DES-ENCANTOS .................... blogo de notas
Algumas notas:"Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão..." (F.Pessoa)
17 de novembro de 2014
Deolinda - "Seja Agora" - Uma alegoria para o momento
Tem de acontecer, porque tem de ser E o que tem de ser tem muita força E sei que vai ser, porque tem de ser Se é pra acontecer, pois que seja agora Nós havemos ambos de encontrar Um destino qualquer Ou um banquinho bom para sentar Vai ser tão bonito descobrir Que no futuro só Quem decide é a vontade
O Barco Vai de Saída | António Zambujo & Ana Moura
António Zambujo & Ana Moura no Coliseu. Uma leitura-cantada diferente
O barco vai de saída Adeus ao cais de AlfamaSe agora ou de partida Levo-te comigo ó cana verdeLembra-te de mim ó meu amor Lembra-te de mim nesta aventuraP'ra lá da loucura P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata venturaBem me posso queixar da Pátria a pouca farturaCheia de mágoas ai quebra-mar Com tantos perigos ai minha vidaCom tantos medos e sobressaltos Que eu já vou aos saltosQue eu vou de fugida
Sem contar essa história escondidaPor servir de criado essa senhora Serviu-se ela também tão sedutoraFoi pecado Foi pecadoE foi pecado sim senhor Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batidacorsário sem cruzadoao som do baile mandado em terra de pimenta e maravilhacom sonhos de prata e fantasia com sonhos da cor do arco-írisdesvaira se os vires desvairas magias
Já tenho a vela enfunadamarrano sem vergonha judeu sem coisa nem fronhavou de viagem ai que largada só vejo cores ai que alegriasó vejo piratas e tesouros são pratas, são ouros,são noites, são dias
Vou no espantoso trono das águasvou no tremendo assopro dos ventos vou por cima dos meus pensamentosarrepiaarrepia e arrepia sim senhor que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendoo delírio do céu a fúria do barlaventoarreia a vela e vai marujo ao leme vira o barco e cai marujo ao mar vira o barco na curva da morte e olha a minha sortee olha o meu azar
e depois do barco virado grandes urros e gritos na salvação dos aflitos estala, mata, agarra, ai quem me ajuda reza, implora, escapa, ai que pagode rezam tremem heróis e eunucos são mouros são turcossão mouros acode!
Aquilo é uma tempestade medonhaaquilo vai p'ra lá do que é eterno aquilo era o retrato do infernovai ao fundo vai ao fundo e vai ao fundo sim senhor que vida boa era a de Lisboa