Deste viver aqui neste papel descripto
'As cartas de amor', dadas a conhecer pelas manas Lobo Antunes, trouxeram-me
à memória aqueles retratos a preto e branco do leste angolano, que retenho,
de quando por ali 'passava', voando, levando o chamado apoio logistico àqueles
desterrados, perdidos em N'riquinha, Chiúme, em Marimba ou na Luiana...sei lá.
A paisagem selvagem, o pó das descolagens, o cheiro da terra, o fumo das queimadas,
a ansiedade estampada nos rostos de quem via chegar o 'Nordatlas' ou a 'DO27'
Lá estava o Lobo, distante, por vezes inconstante. Discreto às vezes.
Impares estes aerogramas trazidos a lume, contributo para a história de uma geração,
de um país, de uma guerra. Muito mais que uma história de amor. Único.
Eles eram sempre sobretudo marcados pelo amor, pela saudade e por um
profundo sentimento de ausência.
ps:...que será feito dos meus 'aerogramas'?
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