PhotobucketPhotobucketPhotobucketPhotobucket DES-ENCANTOS .................... blogo de notas: <strong>J. Cash</strong>

13 de setembro de 2003

J. Cash

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Gosto particularmente de música 'country', folk, de tudo ( ou quase) que vem de Nashville...Dos Clásicos aos ...mais recntes e jovens músicos do Tenesse.
Conheci (?) Jonhy Cash, na Base das Lages, Terceira-Açores, em 1971, quando no auge Cash vendia no BX (Base Exchange) resmas de discos em vinil. Os' indios' (americanos) consumiam-no aos pacotes, a rádio emitia-o permanentemente...e o 'black man' ficou-me como referência.Ontem apagou-se, numa correlação muita estreita com a morte da sua mulher, meses atrás. O "homem de negro" da country norte-americana foi-se.
Foi-se o imponente, mítico e carismático "homem de negro" da música norte-americana, que chegava aos concertos com a guitarra pendurada ao pescoço, virava-se para o microfone e dizia: "Hello, I'm Johnny Cash", antes de iniciar um dos seus temas clássicos como "Big river" ou "Folsom prison blues". Johnny Cash, "The Man in Black", uma das maiores figuras da música country e um ícone maior da América e da sua música popular.
Johnny Cash era há muito um homem debilitado e semi-destruído pela asma, diabetes e uma doença neurológica que lhe provocava pneumonias frequentes, alguém que nos últimos anos entrava e saía do hospital com frequência. Quando a mulher e confidente inseparável June Cash morreu em Maio passado,- o meu mês - percebeu-se que o fim do "homem de negro" estava próximo.

O último álbum, "The Man Comes Around" (2002), fora já um dramático último fôlego, gravado em circunstâncias difíceis, com a saúde do cantor a condicionar as sessões. Um dia estava demasiado cansado e saia do estúdio, no dia seguinte gravava mais um pedaço de História.

"Hurt", o vídeo nomeado para os últimos MTV Music Awards, mostra um homem profundamente doente, o cabelo branco a desaparecer, o rosto inchado pela doença, a cantar ao piano observado por June Carter Cash. No teledisco, uma despedida a um amigo viciado em drogas, composta pela banda Nine Inch Nails, Cash está, ele próprio, a despedir-se. A doença levara-o a falhar a cerimónia, em Nova Iorque, de entrega dos prémios, em que estava nomeado em sete categorias. Muito para além da country
A figura e o legado de Johnny Cash transcendem em muito a música country. A voz poderosa de barítono, o ritmo seco e hipnótico que imprimia à guitarra enquanto contava histórias de amantes destroçados, deserdados, condenados, rebeldes e gente do povo, marcou gerações de norte-americanos. Foi o primeiro a cantar temas de Bob Dylan ou Kris Kristofferson.
Mas é a música que ficará sempre como o seu grande legado. Entre 70 álbuns, - eu tenho só 3 ...que comprei no tal BX - 130 êxitos que escalaram os "tops", 11 prémios Grammy e 50 milhões de discos vendidos, na memória de todos ficarão os inúmeros clássicos de Cash: "Folsom prison blues", "I walk the line", "Give my love to Rose", "Big river", "I still miss someone", "Don't take your guns to town", "The long black veil", "A boy named Sue" ou a emblemática "The man in black".

Se existe uma canção, entre as dezenas de clássicos, que melhor define Johnny Cash, essa é precisamente "The man in black": "Vocês interrogam-se porque visto sempre de preto, porque nunca vêem cores brilhantes nas minhas costas e porque a minha aparência é sombria. Há uma razão. Eu visto de negro pelos pobres e vencidos da vida, que vivem na parte faminta e sem esperança da cidade. Visto de preto pelo preso que já pagou demasiado pelo seu crime mas continua na cadeia porque é vítima do nosso tempo. Vocês estão muito bem, suponho, com os vossos carros brilhantes e as vossas roupas finas, mas tem de existir sempre um homem de negro para vos lembrar os que são deixados para trás", cantava ele.
Apesar de ter passado toda a carreira no universo conservador da indústria da música country, Cash imprimiu sempre às suas letras, à forma como viveu e se apresentava em palco, a rebeldia própria do rock'n'roll, género que abraçou no início, nos famosos estúdios da Sun Records em Memphis, no Tennessee.
Cantou para presidentes e famosos, mas foi sempre uma voz contra as desigualdades e as injustiças da sociedade americana, contra o racismo ("The ballad of Ira Hayes"), a guerra no Vietname ou a repressão ao consumo de drogas e álcool.
Por alguma razão era idolatrado pelos presos e "Johnny Cash At Folsom Prison", - talvez em 1966 - gravado numa penitenciária, é um dos melhores discos ao vivo alguma vez gravados. "Os presos são a melhor audiência que um artista pode ter", disse uma vez.
Fica a frase : "Tenho diariamente consciência da minha luta interna e do meu compromisso com Deus para vencer as forças destrutivas que tenho dentro de mim".
Era o "homem de negro".
Morreu ontem, mas a sua mensagem ficará viva para sempre: "Procurarei cantar sempre as vozes ignoradas ou mesmo suprimidas pelos media, já para não mencionar o poder político."
Boa viagem Jonhy. O Tenesse continua ' pelo teu caminho'.

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