IRENE LISBOA....(2)
Assim como as pessoas, os livros nascem.
Assim como as pessoas os livros são descobertos.
E tantas vezes enquanto houver gente procurando descobrir...
Os livros NÂO são como as pessoas, não envelhecem. Alguns pelo menos
Têm manchas de idade, dobras, marcas de expressão, riscos, hieróglifos, desenhos, anotações e
como as pessoas os livros são abandonados e também, quando reencontrados, são capazes de serem amados novamente.
Talvez seja por isso que os livros se ocupem sempre em contar histórias da vida da gente. .
Na verdade, os livros e as pessoas diferem em apenas um ponto: o final.
Ao contrário da gente, Vicky, alguns livros nunca morrem...muitos outros talvez, ganham pó, tornam-se cinza, têm ácaros...
Tudo isto a propósito de IRENE LISBOA. Pois é . Uma ‘Blogger’ ...off the time.
Um dos meus livros de referência, de cabeceira ou (almofada..como queiram) sempre é Solidão...’, registos pessoais, vivencias, amores e des-encantos, desconsolos, nos anos 40, 50...escrito com um profundo sentido de análise, em histórias simples do quotidiano, com anotações brevíssimas, mas sempre única, - ‘sem rival terá dito um dia JGaspar Simões-, na sua humanidade, na paixão com que vivia cada momento, com que falava dos seus ’momentos’.
Pudesse ela utilizar este espaço ‘cibernáutico’ como nós, e aí teríamos uma ‘bloguista’, batendo aos pontos qualquer ‘Abrupto’...ou similar...Os mais inimistas ficariam enternecidos, os insensíveis batiam com porta, clicando...claro
Era Sábado e Irene Lisboa escrevia assim:
“ E afinal , fui eu, pessoa sem alegria e queixosa a mal calhada...atravesso atravessarei fugidiamente, quase por engano a tua vida de aventuras felizes. Mas a minha consciência e o meu espírito de mulher revoltam-se.Eu merecia mais.Não por ser bela ou predestinada, mas por ter coração e desejar amar e desejar viver...
Se eu não te conhecesse....Perderia aquela ilusão que me deste(...)
Nada lamento. Só tenho pena de ser tão pouco, de ficares sempre nos esboços.
Amanhã aqui voltarei. Tratarei de escrever sem acrimónia. Será a minha companhia este assento de ideias..”
“ Sofro a necessidade do amor, penso às vezes. E creio senti-la.
Sofro de amor sem partilha, decepcinado. Sofro de desânimo, de desejo, de desalento.
Aperta-me, comprime-me a secura dos outros...o seu egoismo a sua insociabilidade, dureza aridez, a sua volubilidade...”
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